Marta Vieira
Publicação: 14/09/2012 06:00 Atualização: 14/09/2012 07:34
Garrafas exibem os rótulos antigos das águas minerais Araxá, relançada em julho deste ano e Lambari, que volta ao mercado no início de 2013
Última representante do famoso Circuito das Águas, no Sul de Minas Gerais, a ser resgatada pelo programa de revitalização das águas minerais conhecidas na região desde o século 18, a marca Lambari voltará a ser produzida em março de 2013. Além das versões de 310 e 500 ml na garrafa PET, a bebida poderá surpreender os concorrentes embalada em latas de alumínio, projeto em estudo na Copasa Águas Minerais de Minas Gerais, subsidiária da companhia mineira de saneamento que assumiu as fontes e as unidades de envase há cerca de sete anos. A reestruturação da fábrica de Lambari começou duas semanas atrás, com conclusão prevista para dezembro de um investimento de R$ 3 milhões, informou ontem o presidente da Copasa, Ricardo Simões.
Toda a planta industrial será revisada e readequada conforme as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e receberá equipamentos, boa parte deles já adquirida. Do recurso orçado, resta um aporte de R$ 900 milhões, que será destinado à adequação física das instalações, com capacidade para envasar 8 mil litros por hora. A montagem mecânica deverá se estender de janeiro a meados de fevereiro para que o primeiro carregamento chegue no mês seguinte aos consumidores de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
Segundo Ricardo Simões, o foco principal das vendas é o mercado paulista, onde as outras marcas já são comercializadas. A água mineral Caxambu foi a primeira a ser repaginada e retornar ao consumo, em 2008, seguida da Cambuquira, em 2011, e da Araxá, em julho deste ano. A Copasa vai completar um desembolso de R$ 30 milhões, iniciado em 2006, na revitalização das fontes e relançamento das bebidas.
A partir de 2013, revela Ricardo Simões, o desafio será mirar o mercado externo, especificamente as vendas na América do Sul. “Concluídos os projetos de revitalização e diante da boa aceitação do mercado, aí então vamos partir para avaliar a viabilidade das exportações”, disse o presidente da Copasa. A companhia aposta na qualidade das águas minerais de Minas como mote frente à concorrência, tendo em vista se tratar de um negócio pequeno. Afinal, a capacidade total de envase alcança 36 mil litros por hora. Na engarrafadora da marca Araxá, a empresa poderá trabalhar com um acréscimo de 4 mil litros por hora.
Oportunidade
“Os nossos objetivos nesse negócio sempre foram recuperar um patrimônio que faz parte da história de Minas Gerais e atrelar as marcas às oportunidades que a Copasa pode ter fora do estado”, disse Ricardo Simões. Naturalmente gasosa, a água Lambari tem características físico-químicas associadas à bebidas energéticas. Entre as histórias reproduzidas por gerações no Circuito das Águas, as cidades de Lambari e Caxambu disputam o mérito de suas fontes terem curado a princesa Isabel, em 1868, de uma suposta infertilidade. Ela e o marido, Louis Philippe Marie Ferdinand Gaston, o conde d’Eu, teriam desfrutado durante quatro meses das águas do Sul de Minas.
As fontes de Lambari foram descobertas em 1780 e, conforme a lenda local, seus poderes energéticos atraíram figuras ilustres como os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Wenceslau Braz e Hermes da Fonseca. Dentro do programa de reativação da produção das águas, a Copasa passou a produzir em janeiro as garrafas PET usadas no envase das marcas Araxá e Caxambu.
Fonte: Jornal Estado de Minas. (clique e acesse)
NOTA DO BLOG:
A água de Cambuquira também foi usada por várias autoridades do país. Entre eles os Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Este último, residiu temporariamente na casa da Chácara das Rosas onde faleceu.
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